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Mostrando postagens de maio, 2018

ESQUERDA OU DIREITA?

Recentemente comentei que adoro comédias, mas raramente gosto de comédias. É que a comédia precisa ter duplo sentido e a risada acontece quando percebemos a duplicidade. A comédia - e nisso sou muito aristotélica - precisa causar um rebaixamento. Portanto, não acho graça em rir da desgraça alheia. Acho plausível fazer comédia com figuras públicas e com detentores do poder. É aí que funciona o rebaixamento. Personalidades públicas se divertem com as comédias inspiradas em sua trajetória - quando são inteligentes e têm senso de auto-ironia. Mas o gênero de que mais gosto precisa ter ainda um outro nível de interpretação, envolvendo a própria subjetividade do leitor. Levei alguns dias para publicar este texto porque estava pensando no que me faz rir como leitora. Depois de garimpar a memória e as emoções prazenteiras, lembrei de um dos contos mais divertidos de Moacyr Scliar: A Orelha de Van Gogh. O texto conta a história de um homem mediano, com medianos problemas, que no cotidiano d