Posso pedir um favorzinho?
Agora nós vamos fazer uma tarefa.
Podem começar.
É preciso.
Deve ser feita.
A etiqueta manda e a língua não se faz de rogada. Aí estão uns poucos exemplos da arte de mandar, dispensando o clássico imperativo. Aliás, o comando eficaz deve evitá-lo: reserve uma boa ordem explícita para as instruções, aquelas de manual (que pouca gente lê) – e não deixe de notar que acabo de usar o imperativo, caso decida ficar por aqui.
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Não encarnei a Clarice Lispector. Não estou inovando nada, estou apenas utilizando os sinais que a pontuação nos oferece para caracterizar uma outra forma de domínio: aquela que se efetua sem que uma palavra seja dita.
Exemplo prático. A secretária pede ao chefe: – Posso sair mais cedo? Resposta: – ...
Na vida real se diz: “se faz de surdo”...
Cruel? Nem tanto. Aí vai uma melhor. A secretária pede ao chefe: – Posso sair mais cedo? Resposta: – O que a senhora achou do desfile de carnaval?
Na vida real se diz: “se faz de desententido”...
A maioria dos brasileiros sabem esta outra lição prática do português, mas se porventura algum estrangeiro estiver lendo este texto agora, não se engane: se à pergunta da secretária a resposta for “vamos ver”, pode ter certeza, significa “não”.
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