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O JOGO DOS SETE ERROS

Todo mundo conhece o ditado: "errar é humano, persistir no erro é burrice". Eu digo mais: ostentar os erros é falta de respeito por quem lê, para não dizer que é arrogância. Até admito que não somos a pátria dos filólogos de plantão, mas não somos um país de cegos, não basta um olho para ser rei da sala de imprensa.

Vendo um dos últimos discursos da Presidenta Dilma (sem entrar no mérito do conteúdo), fiquei perplexa com o tipo de transcrição feito pela assessoria de imprensa da Presidência da República. Todos os erros e equívocos que podem ocorrer quando alguém fala improvisando, sem um discurso preparado, estão ali impressos, registrados para a posteridade.
Isso não só mostra o baixo nível de profissionalismo de quem administra a assessoria de imprensa, mas coloca a figura institucional que representa o país em uma situação constrangedora.

Aqui vai a versão completa, impressa:

http://www2.planalto.gov.br/imprensa/discursos/discurso-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-na-abertura-do-vii-encontro-empresarial-brasil-uniao-europeia-bruxelas-belgica

Se os leitores quiserem, podem assinalar os trechos com erros de concordância e de construção da frase. São muitos.

E, caso algum profissional esteja lendo este texto, deixo a dica: o Papa Francisco é mestre em improvisação. Chega com seu discurso escrito, corrigido, mas fala de acordo com o momento. Sabiamente, ele sempre entrega o material escrito e diz: "como se eu tivesse lido". Assim, podemos ouvir as suas palavras calorosas, com algum espanholismo que tão bem caracteriza o seu falar "de coração para coração", como ele gosta de repetir. Mas o texto permanece, e deve permanecer sem erros de revisão, erros que na fala são acidentais, não substanciais!

Outro exemplo magistral foi dado pelo Beato João Paulo II, quando subiu ao trono pontifício. Sendo o primeiro Papa estrangeiro da era moderna, e principalmente da era televisiva, ele pediu, no momento da apresentação aos fiéis na praça de São Pedro: "se eu errar, vocês me corrijam!".

É simples. É para isso que serve uma assessoria de imprensa: para corrigir quando necessário. E os erros ignorados? Eles servem para tornar dispensáveis os assessores incompetentes.

Comentários

  1. O texto - não sem surpresas - retirado da rede. Que pena! Perdi um bom material de trabalho.

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  2. Realmente, o texto foi retirado da rede. Obrigada por avisar.

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