Andei lendo algumas provas vestibulares para verificar se encontrava aquelas perguntas bobinhas, do tipo: qual é a correta separação silábica da palavra "arguir" (perguntinha malandra em tempos de novo acordo ortográfico). Procurei, mas não encontrei nenhuma pergunta desse tipo. Aleluia!
Já estava com o sermão pronto... tive que engolir seco o meu preconceito. Mas uma olhada geral não me deixou totalmente otimista: é verdade, deixamos de lado aquelas perguntas que ajudam apenas os estudantes com maior capacidade de memorização, mas no lugar dessa abordagem vejo uma multiplicidade de abordagens, questões às vezes muito complexas, realmente seletivas.
Também notei diferenças entre as várias universidades, começando pelo nome da prova: há quem chame de língua portuguesa, quem chame de linguagem, quem chame de linguagens e outros códigos! Um estudante do Norte que vem fazer a prova no Sudeste, um que venha do Centro-Oeste fazer prova no Nordeste, estará preparado?
Encontrei uma prova muito característica, que baseava várias questões em seus ilustres escritores regionais. É justo?
Encontrei especialmente questões de interpretação. Boas perguntas de interpretação! Mas a interpretação dos diferentes tipos de discurso tem sido apresentada sistematicamente no ensino médio? Estamos preparando os estudantes para essas provas?
Especialmente: estamos preparando os estudantes para a discussão na vida real e para o uso dos diferentes tipos de discurso que fazem parte das experiências do mundo atual?
Observação: encontrei as provas das universidades mais disputadas pela reputação que continuam a cultivar ao longo dos anos. Desconfio que nem todos os exames possuem o mesmo nível de exigência.
E isso sim que é um mau sinal: sinal de que também na universidade estamos reproduzindo o sistema do salve-se quem puder e do salve-se quem "tiver"...
Em 2013 espero que a escola não seja apenas para todos, mas seja uma escola que garanta oportunidades para todos: e que cada um, tendo a sua base de escolarização garantida, possa cultivar livremente o próprio talento. A isso chamo democracia.
Já estava com o sermão pronto... tive que engolir seco o meu preconceito. Mas uma olhada geral não me deixou totalmente otimista: é verdade, deixamos de lado aquelas perguntas que ajudam apenas os estudantes com maior capacidade de memorização, mas no lugar dessa abordagem vejo uma multiplicidade de abordagens, questões às vezes muito complexas, realmente seletivas.
Também notei diferenças entre as várias universidades, começando pelo nome da prova: há quem chame de língua portuguesa, quem chame de linguagem, quem chame de linguagens e outros códigos! Um estudante do Norte que vem fazer a prova no Sudeste, um que venha do Centro-Oeste fazer prova no Nordeste, estará preparado?
Encontrei uma prova muito característica, que baseava várias questões em seus ilustres escritores regionais. É justo?
Encontrei especialmente questões de interpretação. Boas perguntas de interpretação! Mas a interpretação dos diferentes tipos de discurso tem sido apresentada sistematicamente no ensino médio? Estamos preparando os estudantes para essas provas?
Especialmente: estamos preparando os estudantes para a discussão na vida real e para o uso dos diferentes tipos de discurso que fazem parte das experiências do mundo atual?
Observação: encontrei as provas das universidades mais disputadas pela reputação que continuam a cultivar ao longo dos anos. Desconfio que nem todos os exames possuem o mesmo nível de exigência.
E isso sim que é um mau sinal: sinal de que também na universidade estamos reproduzindo o sistema do salve-se quem puder e do salve-se quem "tiver"...
Em 2013 espero que a escola não seja apenas para todos, mas seja uma escola que garanta oportunidades para todos: e que cada um, tendo a sua base de escolarização garantida, possa cultivar livremente o próprio talento. A isso chamo democracia.
Como sempre, um comentário inteligente. E uma visão saudavelmente democrática. Feliz 2013!
ResponderExcluir