Os professores sabem bem disso (mas às vezes esquecem): o seu padrão de língua é contagiante (ou contaminante). Eu procuro ficar atenta ao meu modo de falar, ao meu sotaque, para não contagiar demais os alunos com meu “gislainês porto-alegrense”. Isso não evita que escape um “de manhã” (pronunciando como se escreve, à moda gaúcha) e chamando a atenção dos estudantes, que perguntam: “mas você não disse que “de” se pronuncia “di”?” GE-RAL-MEN-TE, sim. NO PORTUGUÊS FALADO NO BRASIL! O fato é que nossos ouvidos nativos estão acostumados às várias possíveis pronúncias. Temos vários modos para pronunciar as sílabas compostas com as consoantes “s”, “d”, “t”, “r”. As vogais também mudam muito de acordo com a posição na palavra e com o falante. Algumas vogais ditongam onde não há ditongo, outras se nasalizam onde não há nasalização. E tudo isso não é um fator de instabilidade da língua, mas uma expressão da nossa enorme diversidade cultural. Estamos acostumados às nossas diferenças inte...
Amor pela língua portuguesa