O dia da língua portuguesa eu festejo fazendo uns versinhos:
Poema ao contrário
Se as palavras sumissem
Caminhar descalço
Seria apenas um gesto
Sem adjetivos
Extravagante, miserável
Bêbado, festivo
Marítimo
Poderíamos criar asas
Sem definições que nos informassem
Que isso é impossível
Riscaríamos os mapas dos livros
Para eliminar as legendas
E traçar novos caminhos com nossos pés
Se as palavras sumissem
Beijos voltariam a ser beijos
E não um significado
De amor
Ou traição
Não haveria ambiguidade
Ou arrependimento
Mas também não haveria perdão
Não haveria borrachas
Sem palavras para apagar
E as ofensas seriam eternas
Marcadas como ferro na memória:
A dor de um braço machucado
A tristeza de uma lágrima
Sem palavras o sentimento seria tátil
Gelada a solidão
Sem palavras, a mudez seria
Uma pose, uma fuga
Ou a paralisação
Sem palavras não contaria até dez
Antes do soco na cara
Sem palavras não há solução.
Poema ao contrário
Se as palavras sumissem
Caminhar descalço
Seria apenas um gesto
Sem adjetivos
Extravagante, miserável
Bêbado, festivo
Marítimo
Poderíamos criar asas
Sem definições que nos informassem
Que isso é impossível
Riscaríamos os mapas dos livros
Para eliminar as legendas
E traçar novos caminhos com nossos pés
Se as palavras sumissem
Beijos voltariam a ser beijos
E não um significado
De amor
Ou traição
Não haveria ambiguidade
Ou arrependimento
Mas também não haveria perdão
Não haveria borrachas
Sem palavras para apagar
E as ofensas seriam eternas
Marcadas como ferro na memória:
A dor de um braço machucado
A tristeza de uma lágrima
Sem palavras o sentimento seria tátil
Gelada a solidão
Sem palavras, a mudez seria
Uma pose, uma fuga
Ou a paralisação
Sem palavras não contaria até dez
Antes do soco na cara
Sem palavras não há solução.
Muito bom!
ResponderExcluirMais uma vez, obrigada pela leitura, Fernanda!
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