A neuropsiquiatria infantil descobriu que pode criar fábulas sob medida para enfrentar o medo das crianças. Fantástico!
Acho que Aristóteles tinha explicado algo a esse respeito quando descreveu o fenômeno da catarse.
Mas hoje precisamos da psiquiatria infantil para dar prova científica do que já sabíamos filosofica, literaria e culturalmente há milênios.
Nada contra a ciência, claro. O problema está em quem reconhece somente o critério científico como o único aceitável para explicar a experiência humana.
Sinto fome de um discurso vigoroso nas ciências humanas, um discurso capaz de explicar com ferramentas próprias da subjetividade a experiência subjetiva da contemporaneidade.
Estamos penhorando a subjetividade pela ilusória certeza de cientificidade.
E corremos o risco de criar uma ciência instrumental, que explica o inexplicável e justifica o injustificável; uma ciência descritiva, "imparcial" - se é imparcialidade não assumir uma posição no mundo -, e por fim indiferente e desumanizadora.
E as falhas na frente das humanas? Muitas. Em primeiro lugar não colocar a experiência da leitura como uma experiência significativa para o crescimento da pessoa, acatar o uso da leitura com fins específicos, ignorar a sua dimensão transformadora e reduzir a educação ao hábito da leitura a um treinamento de algumas modalidades de interpretação, socialmente aceitas e profissionalmente úteis.
É claro que essa derrota exige uma resposta das ciências. A neuropsiquiatria precisava redescobrir o que tínhamos esquecido de lembrar. As lições básicas e fundamentais.
Quer dizer, em tudo isso há um fator positivo: que as ciências acabam por trazer à tona o que as humanidades não foram capazes de difundir de forma eficaz.
Boas-vindas à neuropsiquiatria com as suas fábulas que ajudam a superar o medo.
Haverá sempre um leitor extravagante que dirá que não precisava dessa teoria para descobrir que Shakespeare produzira milagres em sua vida ou que Guimarães Rosa abrira-lhe um horizonte nunca imaginado.
E enquanto houver leitores assim, nem tudo estará perdido.
Acho que Aristóteles tinha explicado algo a esse respeito quando descreveu o fenômeno da catarse.
Mas hoje precisamos da psiquiatria infantil para dar prova científica do que já sabíamos filosofica, literaria e culturalmente há milênios.
Nada contra a ciência, claro. O problema está em quem reconhece somente o critério científico como o único aceitável para explicar a experiência humana.
Sinto fome de um discurso vigoroso nas ciências humanas, um discurso capaz de explicar com ferramentas próprias da subjetividade a experiência subjetiva da contemporaneidade.
Estamos penhorando a subjetividade pela ilusória certeza de cientificidade.
E corremos o risco de criar uma ciência instrumental, que explica o inexplicável e justifica o injustificável; uma ciência descritiva, "imparcial" - se é imparcialidade não assumir uma posição no mundo -, e por fim indiferente e desumanizadora.
E as falhas na frente das humanas? Muitas. Em primeiro lugar não colocar a experiência da leitura como uma experiência significativa para o crescimento da pessoa, acatar o uso da leitura com fins específicos, ignorar a sua dimensão transformadora e reduzir a educação ao hábito da leitura a um treinamento de algumas modalidades de interpretação, socialmente aceitas e profissionalmente úteis.
É claro que essa derrota exige uma resposta das ciências. A neuropsiquiatria precisava redescobrir o que tínhamos esquecido de lembrar. As lições básicas e fundamentais.
Quer dizer, em tudo isso há um fator positivo: que as ciências acabam por trazer à tona o que as humanidades não foram capazes de difundir de forma eficaz.
Boas-vindas à neuropsiquiatria com as suas fábulas que ajudam a superar o medo.
Haverá sempre um leitor extravagante que dirá que não precisava dessa teoria para descobrir que Shakespeare produzira milagres em sua vida ou que Guimarães Rosa abrira-lhe um horizonte nunca imaginado.
E enquanto houver leitores assim, nem tudo estará perdido.
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