Tudo começou quando resolvi tomar uma coca-cola e me deparei com este copo aqui:
Sério: por que um produtor resolve "desmontar" o próprio nome, ferindo todas as regras de divisão silábica? Ah, os publicitários e os gráficos disso entendem melhor que os professores, geralmente. Eles acertaram pelo menos um alvo: chamaram a minha atenção, salta aos olhos que algo parece estar errado e quando a gente procura um erro presta mais atenção, quer dizer, ficamos mais tempo fixando na memória o nome da marca. Além disso, tem uma brincadeira lexical, que não passa em branco, com a palavra "on". Realmente, a gente não tem como não ficar ligado no esquema gráfico criado. Como se diz, é uma sacada.
Quando a gente vê essas coisas circulando, autorizadas por empresas, criadas por publicitários bem formados e bem pagos, dá até uma certa desmoralização. Como vou explicar para o meu aluno a importância da divisão silábica? Ah, uma explicação tem sempre!
É preciso lembrar que não somos donos da língua, donos do certo e do errado, mas somos guardiães e observadores atentos. Se quisermos cometer um erro (como no caso acima), temos que fazer com bons motivos e sabendo explicar as violações que cometemos. Só assim um erro pode passar e ser debatido.
A gente pode lembrar ainda que ter consciência dos erros, saber reconhecê-los e decifrá-los não é um problema de hoje. Vou mostrar isso com três imagens de inscrições latinas, semelhantes às que encontramos por Roma em todo lugar. Se trata das placas de mármore colocadas em memória de alguém: comumente em contramos a sigla "D M" (dis manibus), mas também encontramos a expressão gravada por extenso ou abreviada "dis manib" ou ainda "dismanib".
Sério: por que um produtor resolve "desmontar" o próprio nome, ferindo todas as regras de divisão silábica? Ah, os publicitários e os gráficos disso entendem melhor que os professores, geralmente. Eles acertaram pelo menos um alvo: chamaram a minha atenção, salta aos olhos que algo parece estar errado e quando a gente procura um erro presta mais atenção, quer dizer, ficamos mais tempo fixando na memória o nome da marca. Além disso, tem uma brincadeira lexical, que não passa em branco, com a palavra "on". Realmente, a gente não tem como não ficar ligado no esquema gráfico criado. Como se diz, é uma sacada.
Quando a gente vê essas coisas circulando, autorizadas por empresas, criadas por publicitários bem formados e bem pagos, dá até uma certa desmoralização. Como vou explicar para o meu aluno a importância da divisão silábica? Ah, uma explicação tem sempre!
É preciso lembrar que não somos donos da língua, donos do certo e do errado, mas somos guardiães e observadores atentos. Se quisermos cometer um erro (como no caso acima), temos que fazer com bons motivos e sabendo explicar as violações que cometemos. Só assim um erro pode passar e ser debatido.
A gente pode lembrar ainda que ter consciência dos erros, saber reconhecê-los e decifrá-los não é um problema de hoje. Vou mostrar isso com três imagens de inscrições latinas, semelhantes às que encontramos por Roma em todo lugar. Se trata das placas de mármore colocadas em memória de alguém: comumente em contramos a sigla "D M" (dis manibus), mas também encontramos a expressão gravada por extenso ou abreviada "dis manib" ou ainda "dismanib".
Pois é, o problema é antigo. Mas, hoje, decifrar essas inscrições - em todas as suas variantes - é uma arte. Não é diferente com a língua corrente.
Daí resulta que errar é humano, como sempre, mas conhecer as formas corretas continua sendo fundamental e é sempre um diferencial: só quem conhece o certo pode reconhecer o que está errado.
Para mim, essa é a mensagem a ser compartilhada com alunos que muitas vezes preferem ficar acomodados ao seu próprio modo de se expressar oralmente ou por escrito.
Convém lembrar também que qualquer profissão, qualquer relação humana, não pode prescindir da comunicação entre as pessoas. Portanto, compreender a língua é essencial, é a nossa porta de relação com o mundo. Não é de modo algum um gramatiquês estéril, fútil ou pedante. Serve para tudo: quando a gente bebe uma coca-cola ou até quando damos um mergulho nas formas eruditas do passado. A língua é maravilhosa.
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