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Mostrando postagens de junho, 2013

A CRISE, OS VÂNDALOS, OS REVOLTOSOS, OS REBELDES E OS ARRUACEIROS

Quem sou eu para explicar o que está acontecendo no Brasil? Explicação é o que não falta nessa hora de crise. Há explicações sociológicas, explicações políticas, explicações psicológicas, explicações antropológicas. Li muitas interpretações do fato. Na maior parte dos casos, trata-se de um esforço honesto para informar; às vezes são testemunhos que não podem prescindir da visão de mundo do autor, às vezes são relatos ideológicos, às vezes são desabafos que distraem o leitor e mobilizam as paixões, gerando sintonia, repúdio e catarse. Quem sou eu para explicar o que está acontecendo no Brasil? Eu sou uma simples professora de línguas, eu só posso aconselhar: se tiverem olhos para ler, leiam bem. Se tiverem ouvidos para ouvir, escutem bem. É a hora do discernimento, da capacidade de identificar os diferentes discursos, as distintas ideias que estão sendo lançadas. E nessa matéria os professores de língua devem dizer algo. Devem aproveitar a oportunidade única que este momento histórico

BOAS-VINDAS AOS INTRUSOS DA LÍNGUA

Hoje me caíram sob os olhos dois textos opostos que levavam à mesma questão: a presença de muitos vocábulos estrangeiros no uso da língua portuguesa (do Brasil). Um dos textos, de Clair Castilhos (https://claircastilhos.wordpress.com/2013/06/09/outlet-in-terra-brasilis/) fala dos abusos de termos estrangeiros. Os exemplos são bem interessantes e dão uma ideia do panorama. O outro, publicado pela revista Língua Portuguesa (http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-abizzocchi/palavras-estrangeiras-inventadas-em-portugues-290378-1.asp), fala de palavras estrangeiras inventadas em português. O perigo dos estrangeirismos é sempre latejante, mas o mal não é tão grande quanto parece e, principalmente, não é algo tão ideológico como denunciam alguns políticos que pretendem controlar a evolução da língua por meio de decretos. Pelo contrário: a contaminação da língua por vocábulos estrangeiros é um desafio, que coloca à prova a força da língua (a sua hegemonia em relação às outras línguas às

POR E PARA - A MÃE BOA E A MÃE BOBA

Contei dezenas de vezes a história da mãe boa e da mãe boba para meus alunos. Até que um dia um dos alunos se ofendeu. Vou explicar por quê. Para explicar a diferença de uso entre as preposições "por" e "para" costumo comparar com a mãe. A mãe boa faz tudo por um filho: faz sacrifícios, faz economia, faz investimentos, faz escolhas. Tudo o que faz é por uma CAUSA, o filho. A mãe boba é aquela que faz tudo para o filho: faz a cama para o filho, serve o prato para o filho, arruma a mochila para o filho. Faz um favor (geralmente desnecessário) para um DESTINATÁRIO, o filho. Mas quando a mãe faz PARA o filho, NÃO ESTÁ FAZENDO POR UMA CAUSA (a felicidade, o sucesso, a vitória, o bem... do filho). Claro que no dia a dia caímos muito no papel de mãe boba. Ser bobo na vida, quando ser bobo significa ser gentil, é uma virtude rara hoje. Mas mãe tem que botar limites na sua bobice e ser bobinha só de vez em quando. Do contrário vira escrava do filho e da família! Toda es