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PROCURA-SE TELÊMACO


Telêmaco? Telêmaco, filho de Ulisses, cansado do assédio à sua mãe (e ao trono de Ítaca), um dia decide meter mãos à obra e ir em busca do pai. Segue o trecho, da ótima edição da Cultrix, em que o rapaz anuncia a sua intenção:



É isso aí. Precisamos de telêmacos. É ótimo ter ideias, mas é fundamental colocá-las em prática. É uma pena que a figura de Telêmaco não tenha o mesmo prestígio que a do Mentor (daí o epônimo mentor, em português e em outras línguas neolatinas). Mentor era o tutor de Telêmaco, pessoa de total confiança de Ulisses, como mostra o trecho que dá prosseguimento à fala do jovem:

É uma grande falha confundir Mentor com um mentorzinho qualquer. O mundo está cheio de gente que tem opinião sobre tudo, sugestão para tudo e até solução para todos os males. Mas vejam o que diz Mentor diante do vazio de poder que se instalara em Ítaca e do caos que ameaçava Penélope, o filho Telêmaco e, consequentemente, toda a cidade: Mentor não recrimina os pretendentes, que, afinal, responderão por seus abusos. Ele recrimina o silêncio do povo, que sendo em número tão grande, em relação ao número de pretendentes, não consegue coibir os seus excessos.
Precisamos de Telêmacos dispostos a trazer de volta o sentido de autoridade reconhecida, consensual. E precisamos de mais povo, que faça valer o seu número em relação aos poucos que abusam do poder. E os mentores? Precisamos de povo com voz, povo que faça o papel de povo ciente, não de mentores de araque.

P.S. Desculpem pela inconstância deste mês, mas a rotina não está permitindo uma atualização mais assídua. Voltarei em breve!

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