Em janeiro deste ano publiquei aqui no blog um comentário sobre a vida complicada do sufixo –ismo, que, entre as suas várias funções, assume também tom jocoso ou depreciativo. Comentei também o uso de outros sufixos, em especial o –eiro, o meu preferido. Por que volto sempre a esse assunto? Porque os sufixos dão elementos, especialmente aos que não são falantes nativos, para entender o processo de formação de palavras, para elaborar hipóteses semânticas. Os leitores assíduos também vão lembrar que adoro refletir sobre o uso das palavras que ofendem. Não que eu faça apologia no sentido literal, mas tenho a convicção de que uma palavra dura é sempre menos pior que uma bofetada literal. Se a língua deve ser usada para tantas coisas, inclusive resolver conflitos, também deve ser útil para evidenciar o conflito, evitando a pancadaria real. O que os sufixos têm a ver com isso? Simples: também existe um sufixo para desmoralizar. É o sufixo –ICE. Esse é mais um exemplo do que costumo rep...
Amor pela língua portuguesa