Existe algum no mundo melhor do que –EIRO? Há quem goste de –ISTA e quem prefira –MENTE. Eu não nutro grande simpatia por nenhum dos dois. Implico com –ISTA por sua fama especializada, que tende a ver tudo por uma parte, é uma metoníma desajeitada. –MENTE, ao contrário, parece arroz de festa: exagera e é preciso apelar para o rigor normativo a fim de salvar o estilo, eliminar o eco e poupar os nossos ouvidos. Admitidas as antipatias, confesso que perdoo todos os –INHOS, nossa marca registrada: estão aí prontos para enternecer, ironizar, enfatizar e o que mais se quiser. –INHO é pau pra toda obra. Gosto também de –DOR, mas o meu preferido é –EIRO: é um daqueles sufixos sempre dispostos a agregar-se, dando função a atividades práticas, aplicadas, àquelas que deveriam ser melhores (mas a gente faz o que pode!) e àquelas das quais seria melhor não falar, mas comentamos com um toque de galhardia. Vai do padeiro ao porteiro, do engenheiro ao enfermeiro, do arruaceiro ao bagunceiro, do ...
Amor pela língua portuguesa