Os franceses possuem uma expressão popular para exprimir a continuidade no poder. Eles dizem: “le roi est mort, vive le roi!”, ou seja, o rei está morto, viva o rei. Esta era a fórmula utilizada pela monarquia, antes da Revolução Burguesa, para afirmar a solidez da instituição. Nada como a história para destruir as nossas mais sólidas convicções. De toda forma, o dito continua vivo. Em italiano, adaptando a noção de monarquia, costuma-se dizer: “morto un papa, se ne fa un altro”, quer dizer, quando um papa morre, elege-se outro. E para dar o anúncio, usa-se a frase solene, em latim: “habemus papam”. Nada como um dito popular para destruir o comparativismo reles que compromete uma análise. Citei os dois casos, em que temos nada mais que uma tradução feita por equivalência, considerando, portanto, o contexto cultural no qual as frases são empregadas, para mostrar que podemos traduzir, mas não podemos generalizar. Ou seja, a validade da sentença é estritamente local e a adaptaçã...
Amor pela língua portuguesa